terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Clausura

Vagueio, vagueio mais do que onde me consigo imaginar, consigo estar nua, vestida, calçada, bem penteada, em saltos, em altos, em sobressalto, em esquecimento, em ligação directa.

Consigo andar pelos sonhos daqueles que nem sei perturbar, que nem sei que não é preciso muito para me lembrar, consigo estar nos pormenores de um dia, de uma noite, de um curvar.

Mas é em ti que mora a essência, essa louca que eu não consigo descolar, nada faço para a colar, apenas entro pé em frente do pé, como se fosse uma dança, como fosse vento.

Não preciso que me vejam, não quero ser vista por todos, apenas só por alguns, alguns sufocados, inteiros, aqueles que conseguem subir paredes em segredo.

Na troca aberta, desperta, sensata, honesta, rompe se um silêncio que existe apenas para o todo e jamais para um mundo de dois mundos isolados.

Agradeço a um Passado, esse que me libertou covardemente, a quem faço uma vénia para os imensos Portais do Futuro que rasgaram as muralhas em que estava enclausurada.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Letais e profundos…

Vamos ser lambidos por uma vaga de frio, por um crespar de empenho, por um silêncio aterrador, por um descontrole perfeito e amarrado às tranças de um mar em aberto, em revolta, em consciência de um paladar livre de sal.

São energias, são vontades, caminhos parecidos, paralelos em surpreendente conforto, em pleno carinho de um sol, de um vento, de um frio maior e emprestado ao ondular de palavras certas pouco tapadas a quem as sabe ouvir.

Cruzam se, vendem se, vestem se e fogem por entre brumas e montes, por entre sabores e olhares, por entre frestas de sol queimado ao lado do calor que se encontra perdido, desesperado, imaginado numa realidade presente.

São para lavar o coração, desligar o fio dos sentimentos e potenciar os sensores de uma vida a palpitar nas pontas dos lábios, nas pontas dos dedos, no polvilhar de céu e da terra de pequenos curtos circuitos imensos de tudo.

Selvagem, como um Deus, discreto como se não existisse, plenitude de emoções embrulhadas em algodão agri-doce, repleto de sentidos atentos, manifestados em pequenas doses letais de desejo profundo.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vulgares que falam vulgaridades…

Dentro de uma pedra e das unhas cravadas nela, vejo o Mundo que não me toca, um recanto que poucos conseguem contemplar, e fora das palavras vulgares dos que não seguram no corpo, tão pouco na alma a fresta de ver o que pode ser tão mais louco, tão mais especial.

Desvio me de gente, misturo me com pessoas, vejo uma justiça sem igual no acumular dos desalinhos, constantes, perfeitos para quem não o é, justo para quem tão pouco fez, tão pouco se deu de verdade, tão pouco se saboreou vestidos de um vento suave que esculpe até corpos de aço.

Adrenalina que não se partilha com um ser que se cruza por acaso, não é digno, não é forte, não existe, não acontece, é preciso conhecer, viver, perceber a densidade de um medidor de evolução cardíaca, de um registo inabalável de carácter, de secretismo pleno de pureza e certezas.

Assim o pensamento daqueles que supõem não valida nada, apenas a ignorância que já sabíamos existir em demasia e o medo de gritarem que afinal o resgate de um coração é feito com a entrega total, a admiração excêntrica do reconhecimento altivo de um sentir sem precedentes, sem vícios, sem limites.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ouvi tudo o que enviaste…

Rasga, fere, dobra te, enrola te, despeja te, abandona te, cheira te, retraça te, e rompe te em milhões de escudos, em centenas de luzes infinitas, secas.

A alegria traz me leveza, já não me puxa para o fundo das mantas pesadas, o cansaço que presenteava todos os dias, a força da tentação de ficar por lá.

Já sei o que fazer, como andar e por onde andar, ando com o vento e caminho pela água, é mais doce, é mais macio, é mais incerto mas é mais criativo.

São as penas que dão o traço fino, que dão o poder de criar, doces amargos, que carrego no dorso, fuga para combater o que me apunhalou.

E quem me fez viver de novo, a quem devo tal sopro de vida, a quem conseguirei agradecer o que sempre fui, a ninguém e a todos.

São as trocas que me fazem assim, são os momentos em solidão, são o não querer ninguém apenas estar presente, só com o barulho infinito do silêncio.

E dentro das letras que baralho e sopro e palavras sem sentido, sem guarda ou cancela, sem querer nada, sem saber que histórias são estas, inventadas.

Entre tempos dos tempos que se vão cruzando para não se chegar a lado nenhum mas que quase todos pensam que algum lado é algum lugar.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sem caminho, para além do caminho…

Um dia de sol entre fumos e sabores acentuados, licores de terra, frutos de vida e pecado, olhares trocados, nem perdidos, nem achados, tão pouco perdidos, rendidos ao que nos faz bem, e transcende de uma melodia forte e detalhada, de um gosto a perfume marinado pelo aroma de laranjas amargas e ansiosas de um doce garantido, pormenorizado pelos pontos abertos do respirar.

Cuidado, as curvas são direitas para alguns elementos que dependem de apenas um olhar atento, uma perseguição sem sentido, de um cinza tenso, observado pela vaidade do que nenhum precisa ou quer, por um fio, por palavras vazias, por intenções nunca consumadas, de trocadilhos vulgares e frases atrapalhadas, de medos despertos, de telhados emadeirados, de falta de ar.

Um balanço subgéneros, vejo por um espelho pequeno a tranquilidade de um conduzir descontraído, alcance inteiro, de sons sem importância, linhas rectas sem existências, sem percalços, sem ancoragens, sem previsões, e de repente, a proposta chega, o desejo é evidente, e o corpo perde a vontade de estar presente, para que bem ausente te possa consumir a um nível maior.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Em punhados…

Se te atirasse um punhado de lama, se te apanhasse logo a seguir, bastava tocar te para ficares limpo, bastava seguir te para te sentires seguro, bastava olhares para trás e perceberes que ainda aqui estou, segura de mim.

Se em algum momento me sentasse para atar o atacador dos passos que dou sempre certos, e se em algum instante me esquecesse que apenas estou em caminho aberto para uma vida plena, sem lamas, sem medo, sem lamas.

Não me roubes, não me mintas, não te enganes a ti mesmo, desesperas sem sentido, sem rumo, e rodas no meio de um ciclo que de nada é vicioso, que constantemente se apaga e se apara como inicio do retorno.   

No meio de melodias fortes, marcantes, recheadas de força e sem limites no horizonte de marcos naturais verticais, numa ondular perfeito, embalado pelo calor que me aconchega os pés, faz me estar cada dia mais perto do que é meu.

Sei que precisas apenas de um dedal de mim, sei que em reflexo do que fazes, está a consciência exaltada do que queres que veja, devo dizer te a tua verdade, ensinar te que apenas vejo o contrário daquilo que me queres mostrar.

Os destroços já os limpei todos, a lama já não sei o que é no entanto sinto te ainda em pensamento, em alteração física e mental, em cobro de sonhos e verdades, e numa realidade à parte, de onde não saís do mesmo sitio.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Meu Endereço, És Tu.

Não é só amor, não é só saudade, é algo quebrado que nos vence, que se deixou apanhar de forma pura, que ninguém mais compreende, que ninguém mais pode avaliar, que foi captado, emoldurado, fotografado.

Fotografa me, revê me e deseja me, não precisas de dizer nada, não precisas de cruzar o meu caminho como tantas vezes o fazes, não precisas de te mostrar porque a todo o momento te despes para mim.

O brilho dos teus olhos não consegue ser vencido pela tentativa de esconderes o que sentes, e por mais trilhos e por mais carreiros a que te proponhas, por mais odores com que te misturas, que te fazem fugir para longe, acabas aqui.

Longe, vou ficar cada vez mais longe, escolhi, outro sítio para me viver, outro sítio para me livrar, de um mal que nunca foi meu, escolhi um lado físico longe de ti, escolho sempre o caminho e as horas que não me faz cruzar contigo.

Basta agora, continuares à procura de mim, e o encontro contigo, basta te agora saberes por onde ando, porque te faz falta saber mais que o ar que já nem te faz viver bem, falto te eu, para respirares em pleno.

Por momentos, pensei que já tinha sido uma parte do teu esquecimento, mas estou afinal sempre presente, tudo te remete a mim, não fazia ideia que assim era, não sabia que apesar de tudo assim continuará a ser.

Dia próximo, esse, em que te encontras e te vergas ao sentimento gigante que carregas, que alimentas com os melhores néctares, com as excelentes memorias, com a certeza do que queres, do quanto me bebes!

A saudade rói e não perdoa, a infelicidade fere até criar infecção necessária de valorização que se encharca de antídoto, sofrida a procura, precisa, preciosa, a mim e só a mim valoriza ao limite do impossível de alcançar por alguém.

Moro em ti, morarei sempre? Queres me dizer todos os dias, sempre, o porquê?

Não é preciso, sei exactamente, o que sou no exacto segundo de cada dia dos teus dias, no teu olhar, na tua saudade, na tua pele, no único sentido que tens.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Complicados

Resultado desesperado das acções complicadas das mentes desalinhadas, do medo premente, da ansiedade que traz carga que traz o desfalecer dos limites imperativos, da vontade de alguém singular, do entreter de pensamentos vazios, de desejos absolutos.

Será tudo uma verdade, será tudo uma falsa mentira?!

Das mãos de toques, pequenas na ajuda centrada no desejo singelo de um medo existente, camuflado, ansioso de águas mais profundas, de compatibilidades impossíveis, de cortes não existentes, de presenças aparentemente calmas, na cumplicidade de olhares e sentenças.

Será que não se morre ou apenas se perde a morte para ganhar a vida?!

Não, é o que sentimos mas o que nos fazem sentir, não é o que trazemos mas o que nos trazem até nós, o que é mais forte do que o peito comporta, e entre portas, janelas, vidros, gritos e desenhos no orvalho, na ponta de um dedo de uma criança que só desenha a alma de quem vê para além de um limite traçado por aqueles que só trilham o que já foi trilhado

Será que não existimos ou apenas somos invisíveis para muitos?

E no relance habitual do brilho atento conferido, desejoso, preso à essência de um só sentido de ser e de existir, travo os dedos, vejo o enlace, o brilho nos olhos observantes, absorventes, intensos de algo nunca mais vivido no desespero, agora será vivido na calmaria das ondas de corpos plenos, fossilizados pela verdade assente no fundo de um copo de precioso líquido.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Pairar sobre o que não é Meu…

Recorto frases em que se fala de todos e não se fala de ninguém, colo, a emoção de quem nada sabe e pensa ditar o que faz entender saber de tudo, mas é tudo vazio de conhecimento real, é tudo fechado e pouco se vê, pois em nada se acertou e apenas ficou a sensação da intenção de se saber, de se saber a nada, de ninguém, de lado nenhum, de destino sem existência do que já não se tem mas não se quer perder nunca, pois as memórias do que ainda não aconteceu permanecem presentes, fervilhantes, enaltecidas como um sonho a tornar realidade a todo o custo.

As asas levam me sempre para longe do que é vulgar, do que me condiciona à normalidade, do que me fecha no mesmo espaço com mentalidades de formatações baças, de trilhos começados e terminados na indeterminação, no básico e no simples que é viver de forma pulsada, plena, de todos os troços que construo e inauguro, à razia feita de traços elegantes e gigantescos ao limite de sentir, de ter, de ver, de receber e dar, de me expressar com verdade e tranquilidade, de acreditar no que sou e para onde decido ir e quando determino recuar para deixar o caminho aberto a quem quiser parar.

Parar, travo a fundo, resolvo evoluir e escolher o caminho mais vantajoso, mas delicado e harmonioso, e sem pretensão aguardo o melhor da vida que deliciosamente se aproxima de mim, com toda a gentileza existente na perfeição dos actos sublimes de partilhar a certeza dos sentimentos que nos perfuram a alma, acompanha nos o dia-a-dia voluptuoso e sensorial de um bem-estar fora do normal, de um conceito impossível de perturbar, nem se a inconsciência vencesse a razão e toda a membrana da emoção.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Presença!

Sobre o cunho da justiça que o tempo carrega, tudo se move para longe embora a dor seja o que une um trio desalinhado, entre paisagens exóticos e lágrimas, sobre um mar atravessado para esquecer, surge a insistência da covardia partilhada noutros momentos, mesmo assim o coração palpita e reserva lugar para a imagem de quem se julga gostar, para que se abram outras esperanças.

Nas profundezas do que não é são, corre a podridão dos pensamentos que fazem tudo andar para trás, que faz traçar a carga para todos aqueles que ajudaram a magoar, a destruir, a esmagar, mas apenas arranharam uma carapaça precisa, belíssima, exemplar que tem o poder de se regenerar ainda mais bela e sobre tudo ainda mais valorizada aos olhos daquele que nunca se esquece para onde caminhar.

Entre a realidade imposta aos olhos daqueles que pressionam, surge alguém que vêm fazer um papel, um marcador de justiça para todos, até para si próprio, alguém que ignora os exemplares mandados e o que ainda perdura do rasto deixado de uma covardia absoluta que se prende apenas por um Ser sem precedentes, sem igual, sem qualquer dúvida de que é Amada de forma Brilhante e enaltecida.

Quem se arrasta pelo que não fez, pelo que sente profundamente na consciência plena de que nada te travará a não ser o trazes no peito, e sempre trarás, que escolheste o caminho mais fácil para não seres melhor, diferente, porque é sempre mais seguro ser igual aos demais, ser só mais um, e quando não se luta pela diferença, perdesse o significado para quem é relevante, imponente, divino.

Antes e sem consciência do que a dor de ser covarde pode alcançar, achava que tudo era destrutivo agora sem qualquer dúvida do que se passa, vejo que em cada segundo que passa, em cada escolha, em cada cena falsa de uma vida sem muito significado, ouço todos os dias, o quanto sofres misturado por esse amor enorme, gigantesco, sem igual que trazes sempre contigo.

Chego a ver tal dimensão e as loucuras que se fazem para se continuar em frente mas sempre andando para trás, isto tudo porque se sabe que o amor verdadeiro nunca morre e que a luta apenas se trava para brindar num futuro melhor onde todos os passeios da vida ficam rampeados para se superar com êxito.

Sucesso, o único, a Felicidade junto a ti, que cruzas os céus e moves mares para estares a meu lado!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Chorar é Segredo!

Se a loucura me levou a ti, se em cada perda, se em cada falta de resposta me acorrentei ao que não devia, e se a vida ousou em instantes perder o rumo, se as palavras o disseram mas nunca o fizeram, se alguma vez me perdi, foi porque não foram para mim, o que sempre fui, sem fim.
Se me sequestrei sem dó à dor sentida, das lágrimas lambidas, da felicidade vivida em paralelo mas que me inflamava, que me fazia arder de desgosto, que me rasgava em papalelos de sangue, de esperança, de tantas faltas de ar, de tanto anseio, por um fio, apenas um fio do que não existia.
Se os pensamentos que deixei voar, se orar não me bastou, se os joelhos que tantas vezes sentiram o frio de uma vida prometida, se o corpo cedeu de tantos golpes, se o sonho acordado me fez ver vidas felizes, passadas num Passado distante, radiante.
Se durante tanto tempo fiquei parada no mesmo sitio em espera do nada, se nunca a hipótese de converter existiu, se toda a magoa que me lavou a alma, me trouxe até aqui, se sim, se o medo, se a verdade, se a covardia me apedrejou, e me deixou abandonada na sarjeta da culpa.  
Se sim, se a força que a cada passo conquistei, se tudo isto e muito mais me trouxe até ti, se sim, então ainda bem que foi assim.
Porque assim, eu sei respirar cada sorriso, cada palavra, cada gesto, cada suspiro, cada desabafo, cada abraço, cada carinho, cada dar de mãos, cada entrelaçar de dedos, cada olhar, cada sentido, cada parar no passeio para me veres andar, cada vez que descanso sobre o teu coração imenso.
Meu Guardião, meu Deus Protector, escudo sereno, cuida dos meus cabelos embebidos da água com que me lavas o corpo, pela frescura do aconchego que tens sempre e só para nós, pela doçura das tuas mãos, pelo cheiro tranquilo da tua pele, pela loucura que tens por mim.
Se atravessar tanto mal, foi o caminho perfeito para chegar até ti, então sim, não houve mais nada que tivesse valido tanto a pena, do que ter chegado aqui, és o segredo perfeito pela imensidão que já conquistaste do meu território fechado, por tudo o que És de mim, por tudo o que Tens de Nós!
Dás me mais Vida do que aquela que já tinha decidido dar te, voas sobre o nosso Futuro e realizas acrobacias divinas por entre os alicerces do que já Somos, e resta me a mim, agora chorar, chorar muito mas muito mais… De Plena Felicidade e Agradecer te Profundamente!

Construir…

As voltas suaves, redondamente movidas pelas luzes penetrantes na água curva, fomos num instante, por entre risos, e olhos cintilantes, fomos deslumbrantes.

Diz me que não é um sonho, diz me que posso acordar, que ao fazê-lo ainda estou no mesmo sitio, no sorriso terno do teu abraçar.

E debaixo da gola, debaixo do teu cuidado está a pele que me levará ao Altar.

Sei que não estou a vaguear, sei que posso descansar, sei onde é o meu lugar, sei que muito antes de mim, sabias tu, que te pertencia.

E só quando dançamos por baixo do som das estrelas, tocado pela orquestra de um universo paralelo, sei que nunca me irás magoar…

De veras, um sopro, de certo um merecimento, com toda a certeza uma verdade!

Absolutamente um romance que passou a um amor sem dimensão, vivido por personagens únicas, corações especiais, horizontes partilhadas, a vida a iniciar, o desejo a perpetuar, a marca a crescer, a semente a amadurecer, algo a construir.

Abro a minha vida para receber a tua, para juntos sermos um, e daqui sermos muitos!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ainda não…

Cheira me a pedra, cheira me a frio, nos pés sinto a subida até ti!
Olho te nos olhos e vejo, és para mim, um porto, uma chama, uma bênção.
Dou te as mãos em sinal de comunhão e assim acredito que te mereço.
As árvores tranquilas curvam se a nós como Deuses, com um perfume perfeito.

Em momento nenhum te esqueces de mim…
  
És o meu segredo, o meu aroma sem precedente, sem existência, sem presa.
Mergulhados num Mar só nosso, uma lua perfeita para contemplar, não haverá momento igual.
Não haverá sentidos capazes de descortinar, só nossas essências que nos fazem embalar um no outro. 

Em momento nenhum te esqueces de mim…

A mim basta me acreditar que estás aqui porque já me levas nessas asas elegantes, onde me aninho e adormeço. Se acreditas que não existo, deixa me a mim acordar e ver que tu estás mesmo, mesmo aqui ao pé de mim.

Afinal depois de acordada, ainda não acredito que mereço, o tanto, que dás.
Mas no fundo, sei que sim, pois em momento nenhum te esqueces de mim…

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Oficial…

Quando o meu coração gritar, gritará o teu nome, dirá que és meu, dirá que te rendeste sem nunca teres sido colocado entre a espada e a parede.

Enquanto isso, olhas me sem medo, sem perderes um segundo, sem deixares para trás o que desejas para a frente.

Nem acredito que te tenho nas mãos, abertas, livres, nem acredito que chegaste à minha vida como um sopro de liberdade.

Nem consigo sentir os pés na terra de tão eloquente que és para mim, de tanto que és, de tanto que fazes por nós.

Surpresa, atrás de surpresa, envolve, permanência, certezas, pedidos, exclusivos, momento, planeado, ambicionado, alcançado.

Todos os teus poros, me respiram, todos os teus sentidos me validam, pormenor atento, intenso, viajo a teu lado.

Debaixo de um sol terno, os lábios encontram se, debaixo de uma chuva de açúcar, o corpo reconhece o sentido a tomar.

A um passo de oficializar ainda não acredito que te mereço, ainda não consigo sentir a realidade que quando dela tomar, nada vai mudar.

No doce do teu colo, pedes me para te aceitar, marcas me a cara e as mãos com o vinco da eternidade de me Amares, de me contemplares.

Sem ter o que duvidar, aceito ser O Teu… A´MAR…

“Imperadora”

Se em tempos senti que tinha perdido o Mundo, sim perdi mas ganhei o Universo…

Se em tempos não acreditei que a felicidade não existia para mim, sim é verdade porque agora sou contemplação, sou o teu Mundo…

Se em tempos pensei que nada fazia sentido, foi a realidade que a loucura me deixou mas obrigou me a libertar do mal para te ver agora...

Se em tempos pensei que tinha tudo, enganei me porque agora tenho muito mais do que o tudo do pouco que alguém me deu…

Se em tempos vivi o desespero de me ter enganado, sim, vi que realmente foi engano mas mais se engana quem pensa ter enganado…

Se em tempos, lutei pelo o que quis, sem medo do que possam pensar, sim, lutei mas tenho pena que não tenha logo lutado por ti, que tiveste sempre aqui…

Se em tempos o sentimento foi enorme, sim, sei que continua a ser e nunca será para ninguém como continua a ser…

Se em tempos houve entrega, sim, houve e continua a haver numa transparência que poucos conseguem ver …

Se em tempos a distância fazia diferença, sim, fez mas agora nem isso te prende, nem isso te faz esquecer de me teres sempre no pensamento…

Se em tempos achaste ser Rei, sim, foste, mas agora não chegas a servo e em breve serei “Imperadora” de Alguém Maior e no teu peito ficará para sempre cravada a dor e esse Amor Imenso sem Igual...

E se em tempos achaste que seria melhor assim, sim acertaste, porque agora Feliz sou eu, e lamento quem está ai ao lado!

E os tempos virão em que não conseguirás calar o peso do que tentaste matar, e sim, não estarei cá para escutar…

Porque agora Sou Imperatriz do meu Imperador!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Entender…

Foi pedida a mão que se entregou à boca depois de um toque baralhado na mancha serena do braço descansado, e os olhares esses são evitados.

De maior tranquilidade, as palavras aparecem, combinam se os progressos e descobrem se particularidades, revela se o impensável.

Será!? Não sei, não entendo, decido ficar, decido tentar entender, decido conseguir, decido ver te e reter te no lugar mais além.

E sem eu esperar, apareceste, dançaste, embalaste, elevaste os braços e a diversão foi feita na tentativa de aproximação.

O branco embateu no solo, mas não foi jamais deitado ao chão, a água manteve se em ouro de precisão, na sede provocada, pelo esforço trocado de degrau.

Sem olhar sai, sem pensar desci até à porta, não voltei atrás mas voltarei, porque tem que ser, porque me quero deixar olhar assim.

E realmente não entendo, não me entendo, e nem quero entender…

domingo, 10 de outubro de 2010

Voltar à Terra… Não, Voltar a SER!

Vesti um casaco de chuva, calcei umas botas de frio, coloquei um cachecol de sol para nunca deixar arrefecer o meu coração, nem esta minha impressão de rol.
A água abate a terra, a terra que te cobre, as lágrimas essas são minhas mas não as quero de tristeza apenas de alívio que tens agora contigo.
De poucas palavras, as poucas que diziam tanto, as poucas que escolhias cautelosamente, as poucas sempre na hora certa, as poucas que tanto e tão pouco fizeram.
Aguardo te, como uma força, não te quero ver, nem ouvir, apenas sentir que estás por perto, que estás em pleno de tanta atenção sobre o mal que não se controla a ele mesmo.
Dispo as luvas de vento, deixo cair o chapéu de ternura, essa sim sempre presente, em cada beijo, em cada afago, em cada carinho repleto de admiração.
E quase, pela mesma cor de olhar, pelo quase tom de cabelo, por quase não te perceber, nunca estarei quase para te esquecer. Nunca!  

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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pé entre pé…

Derreto me. Trepo escadas, ambiciono loucuras que me pregam ao chão, e fazem a evolução.

Sem pó, esse chão, que me delicia e acaricia, que me quer e agarra, que me puxa e beija.

Não me possui, apenas me venera, apenas desespera pela dissociação, pelo coadunar da atracção.

Mas não me chega, pouco me exalta, não me assusta, não me preenche, e tão pouco me sente pelo que não quero, pelo que não sinto.

Apenas pelo que entendo do caos da perfeição da situação, da sedução que me faz olhar e do que brilha sem reluzir.

Era preciso ter se mais, e no mais caminho que se vai abrindo para uma loucura permanente, existe o cheirar, o aroma de querer e desejar ser…

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Essencial…

É fundamental, certamente que é fundamental, de forma a ser fundamental, que nada deixe de ser fundamental dentro do que será fundamental, não querendo deixar de dizer que é fundamental mas fundamentalmente, fundamental descrever as linhas do que é realmente fundamental, e nunca deixando de lado o quanto me és Essencial...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Quando te conheci, agora que te vi…

Foi sem intenção que te conheci, mal te via quando te olhava, mal pensava quando te falava…

Tudo estalou, tudo mudou, e só depois soube o que seria, só depois algo pousou…

Durou, durou, durou ainda dura pelo que posso sintonizar do que ainda sou, e o que se passou, antes não te via, agora de repente tudo começou…

Não me interessa o que se passou, fazes me esquecer tudo o que não se superou, e conquistas tudo o que há em mim…

És poder, és querer, és força, és determinação, és realização, és humildade de um orgulho equilibrado, és um Mundo com asas que quero descobrir…

Agora pedes me para abrir a porta do teu aconchego, um elemento que me guarda, protege, um abraço perfeito para nós, dás me a chave de ti…

Essa segurança vinda dos céus, de um tempo em que se errou e aprendeu e agora não se erra mais, agora é vivermos os dois assim…

Porque o tempo passa, a vida está sempre ai, e não há outra forma se não, começarmos a viver sem medo, sem fim…

És para mim, agora sim, sei o que é existir em Pleno, Ser Feliz!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Gift…

Já não há mais palavras que me lembre de enviar onde nunca chegam, onde não fazem diferença, fiz o que tinha para fazer, fiz o que me parecia correcto ao impulso que rege a minha espontaneidade, fui me adaptando e vivendo o que me servia e fazia melhor…

Agora já não há razão para continuar, voo noutros céus e libertei me de vez das amarras pesadas do conflito que o pensamento não deixa ver como deveria ser, mentes confusas, mentes influenciáveis por presenças fúteis, e camas vazias de alma.

Coração duro, magoado pela verdade que sempre projectei mas sempre a verdade, o que sentia foi puro, e sempre será, a acusação nunca será para mim, e a consciência é algo que trava duras batalhas com a essência barata que se revelou não existir se quer.

Estou vazia de tudo o que sentia, passado o ciclo que retira o mal de vez, sinto a harmonia desse acontecimento, sinto na pele, sinto no coração, que se fechou e abriu brilhante para algo muito melhor, porque se eu achava que ainda podia ter algo de supremo, se achei que tamanho sentimento conseguia vencer todas as barreiras, enganei me.

E a recompensa que por momentos rejeitei, faz feliz, feliz como nunca fui antes, porque a verdade é que se achava que podiam tanto por mim, vejo, que existes tu que podes tudo, que fazes tudo, que cruzas céus e mares por mim.

Tudo era metade da metade da metade, e tenho agora nas mãos tudo de tudo do Todo que sou contigo a meu lado!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Aguardando TE…

Dançar contigo, um Tango Perfeito, debaixo da chuva desperta que limpou os campos, as almas, os falsos amores, as verdades camufladas, e fez me ver te, a ti que me aguardas Te!

Voei pelas tuas mãos, pela primeira vez, vimos juntos, o céu aberto, deslumbrante, atento à Terra que por momentos deixou de reter o meu Ser, porque o meu Espírito, dei to a Ti!

A Dança continuou, sem medo, sem receios, as mãos nas mãos, a destreza perfeita dos movimentos suaves, os cabelos, a roupa molhada, a felicidade retratada por Mim em Ti!

Ao posares levemente no espelho de água calma de um rio expectante, percebi que te queria para mim, compreendi a tua possessão, o teu pulso é tudo o que preciso, quero para Mim!

A tua força, a tua atitude, a tua posição de comando, a liberdade que sou perto de ti, cheio de regras, que quebramos uma a uma, quem és tu sem mim, e eu nada sou sem Ti!

A vida que me pedes, a partilha que fazemos, a cumplicidade que temos, o vento que nos leva intactos a um Mundo que está agora a começar para Nós!

O Nós que entendo agora, o Nós que faz o Sentido, o Construir que ansiava, a procura que nunca existiu, porque Nós sempre Existimos… Agora Existimos Mais… Em Nós!

Obrigada por me Teres Aguardado… Até Agora… Até Nós!

Obrigada por Nunca teres Desistido de Mim… De Nós… Agora e Sempre… Nós!

Consegui Chegar…

Deitei me debaixo dos teus olhos, fiquei à sombra de ti, e choraste o que de mais belo e profundo sentes por mim, e eu senti, senti o mesmo por ti, e devo dizer te que conseguiste.

Ergues te pontes e muros de flores para que nada me ferisse, declaras te sobre mim, a força do sangue que te bombeia no peito, e devo dizer te que conseguiste.

Como uma fortaleza, de muralhas espessas e imensas, de braços abertos que se fecham sobre mim, proteges me, guardas me como nunca ninguém fez, e devo dizer te que conseguiste.

Como um sol autêntico, desmedido, afastas as nuvens negras e iluminas me como uma água fresca que mata a sede, como um acariciar de dedos na face, e devo dizer te que conseguiste.

Assim como alguém que já se deu, dizes sem medo, que precisas de mim, que me queres, que estás para mim, que sou assim, como Tudo, e devo dizer te, conseguiste.

E já sem medo de amar de novo, não continuarei a negar mais que também Tu, és Tudo, e devo dizer te que conseguiste...

Chegar até Mim... Já estás Aqui e jamais irás Embora…

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Finalmente Parei.

Parei de me questionar e negar as conclusões acertadas a que já cheguei há muito tempo e que fazem parte de um Futuro iminente que não irá recuperar nada, tão pouco alguém.

Parei de sonhar com alguém que na verdade nunca existiu e para quem nunca existi, não há razões, tão pouco vontade de fazer melhor, tão pouco respeitar quem eu achei que fomos um dia.

Parei de errar com alguém que já vinha a errar em muitos espaços, em muitas dimensões, não voltarei a tomar posições que não gostaria que tomassem para comigo, não voltarei a empolar o mal.

Parei de achar que tudo poderia ser um mau momento e que em qualquer instante poderia desaparecer como um pesadelo, como uma doença, mas não, foram apenas os sentimentos que não foram fortes, nunca existiram.

Parei de incomodar, não incomodarei jamais, não faz sentido, continuar a lutar por algo que não me quer perto, que me retêm num incómodo mau, não irei alimentar tal posição e ficarei longe, bem longe.

Parei de adormecer com a certeza que lutarias por mim, parei de sonhar com o elixir de uma vida que nunca pensaste em ter comigo, parei finalmente de olhar por ti e para ti, porque tu jamais olhaste para mim!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Cada vez que…

Cada vez que ainda me dói, voo para bem longe…
E resulta… porque, hidrato a cicatriz que se fechou milagrosamente.

Cada vez que ainda te sinto, voo para bem longe…
E resulta… porque, te apago, a cada batida de asas que dou livremente.

Cada vez que te aproximas, voo para bem longe…
E resulta… porque, não quero sentir o sufoco que trazes contigo.

Cada vez que choras, voo para perto…
E resulta… porque, não quero que te sintas como um dia me fizeste sentir.

Cada vez que chamas, já fechei as asas…
E resulta… porque, sabes que agora tens que fazer tudo.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O silêncio faz nos…

Na penumbra dos meus mais nobres pensamentos, no delinear das minhas recordações, no limiar dos meus sonhos, encontro te!

É um voltar precioso, um caminhar tranquilo, uma fome insaciável, um despertar presenteado com a maturidade de uma idade única, de um querer proteger o que de melhor serei para ti.

E sem saber como me queres, sei apenas que me queres, sem questionar, sem falsas verdades, queres me e dizem os teus lábios… para uma vida… ai esta vida nossa… Quero e pronto!

Fazes me esquecer as minhas mágoas, os meus desvios por tentar acreditar em algo que já morreu há tanto tempo, fazes me ver que tudo não passou de uma fraca ilusão.

Abraças me como se eu fosse uma criança de sete anos, expectante de alguém que ama sem saber bem porquê… E eu sinto me em casa, em plena protecção, em ti!

Cheiras me o cabelo, encostas o teu joelho à minha coxa como se o mundo não existisse quando esse toque acontece, e lembramo nos de enlouquecer um pouco…

E as letras constroem palavras e estas por sua vez, erguem montanhas de beijos, de pele na pele, de roupa não existente, de exaustão, de desejo continuado, de pecado que não há!

Antes de tudo o que vêm, abraça me, afaga me os cabelos que tem o aroma que te faz tão bem e diz me que somos o que o silêncio nos dita…

Cura me!

É dia de mais uma loucura premente nos braços de quem não nos cobra nada, nos braços sempre aberto e do peito desperto, do anseio saudável, do toque limpo da verdade assente, do desejo crispado pela calmaria da pele.

É dia de seguir em frente e desejar me noutros novos mundos que inflamam o meu momento e me olham como se mais ninguém existisse no Horizonte das boas loucuras, da plenitude do odor dos corpos.

Vejo me ardente, pregada no teu querer, presa ao teu empolgamento, ao deslizar das mãos nas mãos de uma essência única de não sentir o mal que um dia foi feito, é a cura, é a libertação, é agora!

Lembrar e esquecer um desvio…

Desvio por entre as falsas palavras que me fizeram acreditar que o respeito pelo que foi vivido, seria maior, que existia.

Desvio por entre falsos olhares, que apenas trazem o vazio das traições, da maldade, da crueldade, da falta de amor-próprio, pela falta de coragem.

Desviei me em vão de ti, e peço perdão por ter olhado apenas para o meu umbigo quando o que tu fazes é olhar por mim.

Desviei me, mas nunca mais o farei de novo, não voltarei as minhas costas a quem tem o peito aberto para me receber a toda a hora.

Desvio, sim, a maldade e a falta de respeito pelo que respeito e dignifico como Ser Humano, como Mulher, como momento único.

Desviarei sempre a vulgaridade, a falta de credibilidade e carácter, a pretensão à traição e deslealdade, à mentira e covardia.

Desvio grande já fiz, no instante que decidi cortar qualquer fio de memória, de vida com quem não me dignifica, não me respeita, não me admira nem ama.

E no meio de tudo o que se possa compreender e não, apenas posso concluir que existem rostos que não são para olhar mais mas sim para esquecer!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Alusivo à coragem, à inteligência, à maturidade, à determinação, ao desejo premente de continuar a lutar embora ainda em debilitação, alusivo ao impulso por quem se Ama!

Querer acreditar, falar, olhar, beijar, querer ter nos braços a vida que faz sentido, querer ter o cheiro no entranhar, querer dar a mão, querer sentir o calor, querer ter os lábios com tanto sabor.

O meu caminho é bem longe de ti, o meu andar, o respeito como pano de fundo será sempre muito mais relevante para mim e sim, mudei, mudei para melhor, e também lá chegarás.

Encontráramo-nos lá, onde apenas o importante tem autenticidade, onde os valores da admiração estarão sempre presentes, onde o amor que submergiu, se detalha em construção comum.

É uma luta, é uma batalha em campo verde, não é um medir de forças, nunca poderá ser, pois não seria inteligente, é um caminho, é um lamber de feridas, é o esperar pela tua libertação.

O meu orgulho por seres doce, por seres e não conseguires esconder de mim quem és, o meu orgulho pela iniciativa é enorme, admiração no que tens vindo a maturar, apenas por mim.

Confio no melhor de ti, e sei que o que te prende não é maior do que sentes por mim, pelo respeito que tens por nós, confiança balançada, confiança muito em breve conquistada.

Até lá, vou vivendo tudo o que a vida me está a oferecer, há muito que despertei para outros mundos, até lá vou guardando o que aprendo para te puder ajudar quando voltares a estender a mão.

Vivo rodeada por mundos tentadores, mundos que em tempos conquistaram a minha admiração, mundos que me preenchem e me fazem viver delírios, mundos resolvidos, mundos esses em que te tornarás um dia.

Dia, esse, que não sei cá estar, porque o que me tenta neste momento é muito forte, é admirável, incisivo, é objectivo e descomplicado, consciente do meu momento e dos meus valores, muito desejoso de mim!

Enfim, sabemos que Amores Submergidos não Morrem, Serão Sempre Presente até ao Momento que um novo Mundo ganhará pela Determinação e Objectividade de resolução das diferenças que não Existem!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

É a falar…

Sinto um abandono dilacerante, uma perda inabalável, um conforto revestido a desconforto, um ganho sem nunca ter perdido, e perdido estás sem mim.

Sinto que não te perdi, mas sinto que me perdeste porque assim o entendeste, alcance de mão que sempre terás, estendida, para me teres, para te recuperares, para renasceres.

Sinto que já não corres atrás mas sim à frente do que já não queres perder, verdade, vontade, realidade que te brota no peito, que te racha a alma, que faz sangrar pelos olhos.

Sinto que agora te limpas da poeira que projectaram sobre nós, rasto do que nunca tiveram e que tu terás muito mais, sempre, porque não existe nada igual, porque só eu moro ai.

Sinto te, presente, perto, tão perto que me mete medo, que me faz exaltar as noites, que me faz rolar a memória, quantas vezes traças a minha rua, só para me teres mais junto a ti.

Sinto que vivo, e vivo cada vez mais, na tua pele, na tua respiração, mais do que há na razão, mais do que o pensamento comporta, pois na realidade pouco mais importa.

Sinto a tua mão na minha, sinto o teu respirar, sinto um arrepio na espinha, sinto te a cheirar, sinto te sem ar, sinto te dentro do meu palpitar, sinto que te faço andar, sinto te a inalar me!

Sinto a tua saudade, o teu desespero, o teu sofrer antecipado daquilo que já não recrimino, daquilo que já não faz sentido, daquilo que não valorizo, daquilo que não importa, daquilo que já não tem valor.

Sinto que ainda queres falar, falar como antes, numa noite sem mais ninguém, falaste até ao amanhecer, num aconchego profundo, num sono embalado pelas palavras livres, sem medo de errar…

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Lembro me de alguém dizer com tamanha convicção: Nós merecemos isto, nós merecemos isto, não tenhas dúvida!

Gosto de pessoas com convicções, gosto de pessoas que se conseguem abandonar e receber o que a vida lhes oferece, gosto de pessoas que se preocupam com as outras e que em momento algum irão magoar alguém, gosto de ti, que me trazes em ti!

E ficaste à procura do melhor lugar de nós, do melhor caminho para nós, e o alimento básico bastou nos, uma mistura singela, de nudez, frutas, mel e uma espécie rara de Amar, uma forma tão própria de estar, talvez por ser um Acabar!

Foi um colar tranquilo, um desespero amparado pelo tempo que tínhamos até ao amanhecer, um rebolar de calor, um ardor de pele, um cuidar pelo olhar, um saborear devagar, um lavar desajeitado de corpos.

A espuma que estala elegantemente nos ombros, no pressionar dos pesos inexistentes que a água segura em desejo de entrar, num inflamar, numa desfiguração humana, um esticar de músculos, um desprendimento da carne.

Um vinho frio, um vinho quente, um laminar, 2 umbigos no limiar, mãos ao ar, antebraço perfeito, pés em toque perfeito, encaixe de uma vez, precisão pelo tempo todo, impressionante o beber que te deu o coração em fusão na minha pouca precisão.

A janela da perdição, o fumo da loucura, a música da perfeição, a disponibilidade para nos ouvirmos, a nudez plena, o desejo existe, o desespero talvez não, e até na tentativa infantil de me lavares os longos fios de cabelo, te vês perdido em mim.

O vidro partido, a roupa a voar, o desarrumar, o beijar emulsionado, o rir, o arrastar, o piquenique de vontades que não nos levou não para mais longe do que algum chão trazido já nas mãos.

A fome, a Sede, o despertar ao teu lado, as palavras travaram a fundo, e desde que conhecemos aquele mundo próprio, deixamo-nos invadir por este Silêncio do Bem!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sabe me bem, Sim!

Trinquei uma árvore só para saber como sabia, soube me bem.
Acompanhei com o teu coração de lata, soube me tão bem.
Bebi lhe a seiva, bom néctar, soube me assim, assim.
Refresquei a com o teu sangue gelado, soube me ainda melhor.
Mesmo assim, correste atrás de mim, não me soube bem, fugir de ti.
Mas tinha que ser por aqui, e por aqui, e por ali, soube me bem não te ver sem ser assim.
Mesmo assim, não te vi, soube me bem não te ver, mas embora fuja de ti.
Assim na invisibilidade, assim na transparência sabe me bem este sim.
E sim, vou até ao sim, e assim soube me sempre bem ter ganho no principio, no meio e neste Fim!

Espécie Desigual

Anseio criativo, vontade voraz, rasgo de algodão em pó, bebo o suor que nasce neste nó, lambo a pele, sangro o corpo, despejo prazer, revejo me em dor.

Dor, Dor, Dor, desta espécie de amor.

Ganho força ainda mais força, sinto um descontrole letal, beijo te com o corpo de inveja, banho te de mim, sem preconceito tal, parto o barro, agarro o naco, revivo te a vida.

Vida, vida, vida, este anseio que arde à deriva.

Deixa cair o que te cobre, abandona te antes que algo mais me desperte, antes que alguém me leve, antes que a loucura tome conta de ti,

A Ti, de Ti, para Ti, estou eu aqui nesta espécie de Amor.

Quero cruzar me em nudez, quero ser crua, quero ser brutalidade, quero abraçar te em devaneio, quero os meus pés em partes.

Parte, Parte, Parte para bem perto mim.

Fotografa me com a mente, cheira me com os dedos, usa o veículo perfeito para vaguearmos pelo céu escuro pontuado de brilhantes.

Brilho, Brilho, Brilho em reflexo dos teus olhos.

Reboliço, ansiedade, desespero, vaidade, não me interessa, quero te e quero te cada vez mais, porque sei que já te doaste a mim.

A Mim, em Mim, para Mim, é tudo o que te resta.

E entre variantes de milhares de sentir, quero esta espécie de Amor que me enche de vida, que te faz escorregar em loucura à minha porta.

Quero esta espécie de Amor que não me traz mal, apenas me dá tudo de bom, que se mostra, que se dá, que contempla.

Amor, Amor, Amor, esse desigual que tu tens para mim, sem dor.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Gente… Tanta Gente!

Estou em estruturação, talvez até em negação, estou em peso de algo que não sei o que é, talvez até nem seja nada meu, tenho como mania sentir o que não vejo e ver o que não sinto, cansa me isto!

Não gosto muito de andar por ai assim, assim como se fosse dormir e não pudesse fechar os olhos, assim como se nos ombros carregasse uma criança feliz mas que não lhe vejo a cara.

Estou ainda em plena intoxicação, tantas cores, tantos sabores, tanta gente que não me diz nada, palavras, tantas palavras interessantes se fosse noutro contexto, tantos olhares vazios, falsos, remexidos, cansados, tristes, apagados, carregados de vidas manhosas, de vidas pouco completas.

Fiquei me pela admiração das ondas estranhas que trago na cabeça, pelo azul petróleo que se balouçava em mim, pelos amigos que encontrei inesperadamente, pelas fotos tiradas por inspiração num momento de profundo desapego e empolgamento.

A noite caiu, a noite densa, fechada, encaminhou me para outros rumos, destino em que me esperavam dentro de um jogo de cartas ensonado, onde o pão ensopado no molho de alho, delicioso, ajudou a terminar o dia em paz.

No entanto trouxe para casa pesos, muitos pesos e estes terão que sair todos hoje, porque realmente não são meus, são de quem os voltará a carregar até ao dia em que decidam que também não deveram carrega-los mais.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Em rota contrária…

São os sons de uma Índia profunda, trazia aos ocidentais da memória actual, retalhada pelos movimentos imitados das mãos e braços de alguém que já viveu quase tudo mas ainda exalta por viver mais e mais, é a vontade de libertação de um corpo em plena liberdade, são risos limpos, risos leves, risos que carregam juventude, que descarregam a realidade em pequenas doses de pouca amargura mistura com a alegria de viver sem tormentos.

Mas hoje decidi esquecer tudo, deixar tudo o que nunca tive, para trás, decidi ir beber outras águas e escravizar as hipóteses de quem quer fazer tudo por mim, deixar para trás quem nada faz, quem nada emana, vou pedalar para junto de quem me quer, banhar me na cor azul transparente que está disponível e depois rir ao vosso lado, doces, plenos, inigualáveis, retratados numa momento de pura natureza, de pura inocência, de puro prazer da mais pura essência.

São pares de olhos doces, cabelos apanhados, pernas com força, vitalidade de uma infância a começar, de um Ser como ser para uma vivência longa, onde tudo será feito com consciência, intensidade, dimensão da imensidão que pode ser uma vida, não será, nunca será em vão, pois tudo tem um significado, tudo tem um instante de intimidade, de refúgio, de recorte da silhueta que me assiste, que me leva os pés pela calçada quente do sol intenso.

E é na vinha que se faz um vinho aberto, de aromas frescos e repletos de uma verdade única, é na pele que tudo cresce, que tudo se entranha e vence a razão, passa para a outra dimensão e fecha se assim um ciclo, abrindo outros mais que perduraram para sempre num Cosmo absoluto, no traçar de novas conquistas, nas loucuras não existentes e que deixam de ter razão para acontecerem, o vinho da vida que nos traz momentos nunca vividos, é perfeitamente inacabado!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Zeros… 00h00

Horas, horas das horas que não quero ter, não vou esperar, não vou caminhar mais num sentido em que na verdade não quero caminhar, quero vivenciar, apreciar, saborear, mas não quero perder a ilusão que me faz ver com brilho.

Quando as cenas, os flashes vêm menos doces, menos contemplativos, menos presentes, quando se deixam vencer pela possessão, pelo ciúme do que não te pertence, rebato, vou para bem longe do que não quero ter!

Agrada me a pressão dos corpos em reboliço, revejo os toques e a profundidade de um olhar “retinado”, elástico, volátil por entre os pensamentos de abandono do peso da realidade, dentro de um apetecer incontrolável inserido no controle.

A sombra das estrelas numa árvore caracterizada pela inconsciência, desmembrada por falta de amor, por falta de memória de viver, partindo um desatino espelhado, num sucesso de conquista tântrica a longo prazo.

O olhar prende se nos pés que articulam a micro descarga dos nervos que o corpo traz, o tremer da ânsia do que não foi, um agitar e balançar de encaixe pretendido, paredes de pele, que nos balizam.

Ancorados, carregados de pó numa traseira imaginária, por entre as lembranças das corridas, das loucuras, dos charcos, da água, do campo denso e quebrado pela colina em queda, em desespero das guias altas, esguias, altivas.

O conhecer o que será meu, talvez um dia, rotunda em espera pela volta que nos faz regressar a casa, pedra de calçada içada da pressão do caminho plano, manta sobre os ombros que te aquece a vontade de ficares.

Não tolero, não me dou, não me contento com a possessão, apenas a minha que trago nas veias mas que não exerço em ti porque não te quero, porque és meu sem ser, porque ainda não te abandonaste, porque nada disto é igual a mais nada.

Nada, é tudo o que terás de mim em possessão, em falta da verdade do que sentem os teus músculos, a tua força, o teu cerrar de dentes, a expressão de pulso do que pretendes esconder e rematas com falta de cuidado!

Cuidado, muito Cuidado… Porque o Nada pode Ser Tudo!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Loucuras Prementes

As palavras são galopantes do vício que temos de as beber, não há entre nós dúvidas, questões ambíguas, apenas a verdade dura e pura, crua, não há hipocrisia, não existe motivo para mentira, entrasse de forma tranquila em estado de doce loucura.

No meio do doce, derramasse a loucura, disparam os músculos que nos fazem correr, simular a pressa, correr as estradas a fim de um encontro, deixar para trás o que nos mata, e viver livre a verdade única do que se pode sentir, do que se pode ganhar pela loucura simples.

O calor aumenta, enrola se o corpo na pele intacta, perdura o sol morno no desejo de arear os pés, por entre goles de amêndoas laminadas, ornamentadas a mel, decoradas por um vinho de tango sem igual, numa dança original, no remeter de ânsias e impulsos.

O riso aberto, desperto, os verdes, as bolas maduras, os chapéus que nos iluminam o rosto e nos deixam presos a um olhar pretendido, os passos lado a lado, um controle exacto da senha que nos faz esperar sem desesperar, não vim fazer nada, vim apenas contigo.

A rodar devagar, o sol recorta me os olhos, intensifica lhe a cor e o medo aumenta mas não te faz recuar, faz te andar, cada vez mais rápido, cada vez mais exacto, cada vez mais cuidado, cada vez mais atento, cada vez mais intenso, cada vez mais vivo.

Vamos trilhar o caminho para o Infinito, vamos viver entre especiarias, tecidos coloridos, essências poderosas, liberdades absolutas, belezas incomparáveis, desertos apaziguadores, peles quentes, vamos aprender a Viver…

terça-feira, 13 de julho de 2010

Não Me Dou...

Hoje deleito na calmaria que os teus passos me trouxeram, no controlo que trazes nos olhos, no medo de perder o que ainda não conquistaste, e quanto mais fundo, quanto mais perto me cheiras, quanto mais sede te mato, enquanto tudo acontece, mais puro vais ficando para mim.

E nas estradas que fazemos cruzar por entre a multidão que não pára de passar, vamos fazendo voar palavras e olhares teimosos de fixar, onde a sinceridade é dura, desperta, rasgada nos assentos separados pela faixa negra picada das pedras soltas, desequilibradas e leves.

Hoje sinto um peso absoluto, excitação ténue de verdade e de liberdade, de mensuráveis anseios que não se percebe onde começam e acabam, até quando, as rédeas do impulso, do ferver do sangue à flor da pele, o calor que aquece a separação do que nunca foi unido.

O abrandar das inquietações, preocupam me, não desejo perder a montanha russa de emoções que disputo contigo todos os dias, não quero perder o enlace das palavras ardentes, do fingir que aconteceu, quando nada se passou, quero sentir te assim, sempre igual ao que somos.

Refresca te a cada vez que me queres ver, e a cada vez que precisas respirar o mesmo ar, em que te entro pelas narinas, me instalo no teu cérebro e te deixo ainda mais agitado na perfeição da harmonia que te dou, porque não existe nada que queiras que eu não te dê, menos Eu!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Impulsos… Quase Vencidos.

Deixo me, esquecida sobre os lençóis macios, com o pensamento nas tuas respostas, que sabia, que iriam chegar, mas o cansaço venceu me e contigo na mão, sei que adormeces comigo no pensamento.

Breve foi o sono, e eu novamente no teu pensamento, eu novamente na noite para ti desesperante do medo que deixou o arrependimento na rua, do impulso de me veres, olhares, hipnotizado pela luz que me dá a ti.

Descalço, só metade, descalço, adoramos constantemente as chances de nos pudermos ver e dissecar a cada minuto da escuridão ardida que percorreste só para me tocares, em bicadas, gestos controlados pela raiva do desejo, em rasgos de força reprimida.

As mãos e os dentes semi-cerrados gesticulam o desejo de agressão por repressão, e trilhas caminhos invisíveis por entre as gentes, só para te punires em mais um impulso insolente, em mais um punhado cheio de cabelos na tentativa de um colar profundo.

Mas quem olha, não pode ver e a vergonha de um estado começa a cair, prepara se para um novo estado, bifurcação no pensamento da proposta de ter tudo, com uma consciência absoluta da tua entrega.

É um Medo, é um Frio, é um Desejo, é um Consolidar, é para Andar Tranquilamente no caminho macio do Teu OlhaR e entre pós, fumos, cheiros, devaneios dos outros, foste encaminhado o teu iluminado no sentido Norte clivado com a mente no que Sou.

E de repente, dou por mim a ler letra a letra do que te escrevo e já sem postura, rendida ao cansaço, percebo que teria muito mais para contar se não penalizasse o meu impulso delirante, de um dia te saborear emoldurados pelo mar que areia os pés do desejo.

E assim, só me apetece ficar assim, com as asas fechadas, em espera, de Nós!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Retenção e Tensão… Paralelos Cruzados…

Sinto me em câmara lenta, debilitada pelas horas não dormidas, pela bebida não bebida, pelo não sentir os músculos que te seguraram os passos dados em frente, pelo fartar de fretes que o sitio esmagado pronunciou, pelo breve adormecer, rapidamente fechado em pequenas palavras de laivos de consciência.

Mas a dança de passos paralelos na calçada acidentada, onde os cheiros fortes e desagradáveis desaparecem à medida que acompanham silenciosamente as palavras feitas, as palavras frontais onde as caneladas não podem existir, onde os palavrões são expulsos e remetidos para o ver das minhas costas.

Um azul petróleo balouçante, que te faziam reter a ansiedade, inquietude, o desejo, a força de me agarrares, o travão da mente escondidas nos goles de verde alucinado, as músicas penetrantes e angustiantes que não ajudavam à sedução, o encontro de joelhos vencido pela exactidão do espaço.

A promessa da paga que é devida e será cumprida, pela honra, pela credibilidade do que defendo, pelo que assumo ser correcto dentro do incorrecto, e desejo o melhor do que se pode fazer, do que se pode melhorar, do que se pode ser de diferente e não talhado a mais um comum dos seres.

A diferença, faz se na intenção constante de aprender, de corrigir, de evoluir e copiar o que de melhor se cruzar no nosso caminho, olhar mais que 160 segundos no fundo dos teus olhos e perceberes que vives no fundo dos meus que te levam a beleza que sou sentada à tua frente.

Iluminada pela luz fresca e natural da continuação da noite, reflicto o meu verde de forma estranha, onde cresce o teu medo de mim, camuflados, os nervos, continuaram como a procura feita por ti, de mim mas não podes desistir do que tens para evoluir, do que tens para sentir, e sim, talvez seja eu covarde que não te devore agora, enquanto és meu!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Largar e Segurar…

Abraça me com o teu espírito aberto, corta me a rédeas do correcto, emulsiona me no mais preciso momento de devoração, adormece me com um carinho recortado pelo mais que me queres, pelo desejo de me fazeres florir, retida na água da tua pele, na saliva que te seca no corpo envolvido em perturbação.

Rodeia me, ansioso, empolgado pelas vontades esquecidas da vida que se cruza à frente dos olhos fechados, atentos, pensamento desperto, a desenrugar com a tremura do que se sente, do medo de não conseguir quebrar as regras, imposto por quem desconhece a altivez do que fica registado na mais fina e delicada camada da epiderme da memória.

Vejo o desespero que tens em te digitalizares em mim, envolvente secreta, sem códigos como uma armadilha desarmada que a rebentação se faz apenas e só por me olhares, distante e tão perto, retido e extravasado, indiferente ao meu lado, incontrolável nas palavras que os dedos não seguram na mente.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Rejeitar mas não Privar…

Entrei na casca de noz, abri as pétalas de sentir para receber o cheiro do vento que me leva de certo aos sabores que tenho que saborear, ao frio que me despe o corpo e me faz olhar para ti, bate me a maresia, e o desejo de me lavar em água e sal frescos, no verde-escuro e limpo, onde não te quero lançar para fora das minhas vontades.

Aos meus corais, abro as pratas do meu mar, complexo das verdades que assumo, não podem ser perturbados, nem cansados apenas acariciados pela doçura desesperada dos teus olhos e pelo que o magnetismo transita para o enigmático que te faz mergulhar profundamente nas minhas marés.

Rejeito os teus beijos, as tuas vontades, os teus impulsos, mas não me esqueço onde os deixei, não me esqueço de ser inteligente, e quando eu mandar no meu impulso, e quando as minhas tréguas se abrirem, irei buscar tudo o que me desejas dar, tudo o que anseias viver permanentemente.

O tempo, o tempo cansa me quando tenho tempo para ter tempo, não quero ter tempo, não preciso de tempo quando o tempo não te têm e não te traz a mim, consciente, baralhado dentro da tua adoração, dentro do brilhos que as esferas carregam, quando tudo se fecha para regressar na postura seguinte.

Quebras, quebras para encontrar de novo o caminho para a sedução nas palavras, quando a presença não é assim tão relevante, quando a evolução se mexe por entre as frases, por entre as provocações, por entre as músicas recolhidas que nos embalam os pensamentos criativos de dobrar este cabo, que não têm tormentas apenas mergulhos sóbrios!

E assim vou fazendo todas as vontades a que me proponho e emulsiono te com a minha saliva a cada beijo rejeitado que me torna cada vez mais asperamente macia!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Há muitíssimo mais…

As cicatrizes que revejo de tempos a tempos, as marcas que me fazem lembrar o que já aconteceu, por onde andei, o que venci, o que me foi dado e o que foi conquistado, o que me levou a Ti!

Metade, tinha até agora metade, tudo pela metade pois és imensidão, és luxúria, sedução, apagão das minhas dores, enchimento da minha razão, do meu abraço, da minha emoção, do turbilhão que me preenche de alegria, que me eleva, que me faz imensamente feliz!

Pelo meio, era tudo o que eu tinha, era tudo o que achava existir, era tudo o que eu achava merecer… Tudo, muito mais, inigualável, é o que me dás a cada segundo que te dás a mim… A cada gota minha que vive em ti, a cada momento que somos Nós!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Cumplicidade…

Hoje estou exausta só por causa dos teus pensamentos em mim.
Hoje estou a cada passo mais consciente da tua existência e do teu Sentir.
Hoje estou perfeitamente plena para ser parte da tua entrega.
Hoje cresci mais um pouco, hoje sou magnitude e grandiosidade!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um dos MomentoS…

A cada banho que me preparas, a cada toque em que me secas e depois me hidratas a verdade que trazes contigo, a cada desenrolar do meu cabelo, a cada carícia perfumada com notas de almíscar e âmbar, dourado, vergados nas águas suaves, profundas que fazem deslizar os nossos corpos por entre a espuma delicada que nos amacia a pele, recosto a minha mente vazia para receber as memórias do momento e tranquila fecho os olhos para me deixar levar pela calmaria em que me deixas…

Projectamos palavras recheadas, conscientes do Presente que nos obriga a planear Futuro, deleitados numa cama que nos cobre de branco, frias as películas que nos dão um fino prazer aos sensores da existência em comum num ninho exaltado em que as vontades se fazem sentir e o mel em pó que polvilha os sentidos preenchidos pelas flores amarelas que presenteiam os toques, os arrepios e os beijos nervosos de um inspirar e expirar coeso, de uma charneira precisa que nos faz explorar, explorar, explorar…

Entre os pesos que pesam e desesperam por crescer, envolvem se as gotas livres de suor onde o odor é fresco e doce, que apenas a água pura consegue limpar, ripostando o lugar onde novos aromas vão entrando, escorrendo por cima dos poros abertos, regado pela tua epiderme que se realça na luz branca dos rasgos livres que as fachadas carregam nas frentes de um sítio que existe por ser nosso, pelos passos curtos e vigorosos que definem trilhos pequenos mas intensos, para a mistura ser refinada.

Vale o embaraço do abraço que me dás em qualquer lado, e vale as palavras em ebulição que me promovem o bater de peito aberto em que repousa todas as noites, o músculo que me deixa sentir te, onde não há normas, onde me abasteço de vida, onde me sossego e inquieto cada vez que preciso de voar, cada vez que preciso de me olhar, ver me cá dentro como se tivesse de fora, e render me a tudo o que trago comigo e a tudo o que anseio entregar te, por as tuas fundações são sólidas, sólidas como eu nunca vi…

E reflectimos sobre um verde elegante, que nos faz sentir o ar fresco do deslocar suave, da frescura das árvores que nos rodeiam, contemplando o azul quieto que se faz à nossa espera, e nós esperamos que o intervalo seja mais curto que um segundo para que o emulsionar comece e as presenças nunca sejam sentidas em falta… Toda a Vida!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Desejo me em Ti

Veste me, veste me com a nudez que desejas em mim,
Tapa me, tapa me com a vontade que tens de mim,
Roda me, roda me com a força que sabes ter por mim.

Rasga me o desejo que a roupa esconde,
Lambe me o coração que trago nas costas,
Acaricia me o prazer que tenho nas mãos,
Percorre me como o sangue nas veias.

Ouve me, ouve me quando em silêncio grito por ti,
Balouça me, balouça me o corpo em queda por ti,
Beija me, beija me num respirar fervilhado de ti.

Lava me o corpo do que foi para receber o que é,
Raspa me os músculos para o começo a sério,
Rompe me os sentidos com o apego total,
Segura me os ombros e deita te a meus pés.

Dança me, dança me como a chuva faz ao vento,
Levanta me, levanta me até ao inteiro do teu Ser,
Sente me, sente me como não existisse Amanhã.

Fervem os líquidos da vida por entre paredes abertas,
Cresce a voracidade de ambos que vive num todo,
Arrepiam se as peles que se juntam em engrenagem,
Deleitam se as vontades certas de um momento único.

Único dos muitos únicos que surgiram na intensidade do
olfacto de quem sabe Desejar, Amar, Vivenciar e Acreditar…

terça-feira, 22 de junho de 2010

Entrando Assim...

Porque me enches de carinho genuíno como se eu fosse só à face da Terra?
Porque sou eu tão Diferente e Especial para Ti?
Porque não tens medo dos meus receios?
Porque é que estás sempre presente, sempre atento a tudo o que Sou?
Porque é tão importante tudo o que quero, ao nada que preciso de Ti?
Porque já és Tu apenas e só Meu?

Porque me penteias os cabelos como os dedos à sombra do Mar sem fundo?
Porque me olhas como eu sou, como ninguém conseguiu fazer antes?
Porque me hidratas a pele como o melhor que trazes no Cardíaco que treme?
Porque te dedicas a Mim como um Presente dos Deuses que me Protegem?
Porque queres Ser Meu quando já te rendeste aos meus braços?
Porque já não desejas continuar sem que esteja por perto?

Assim consigo perceber as diferenças de um sentimento maduro, sólido.
Assim entendo a dimensão de alguém completo, consciente, presente.
Assim absorvo tudo o que me queres fazer viver em Pleno.
Assim e sem questões mesquinhas percebo o que é Amar de Verdade.
Assim sei o que é não ter barreiras, nem fronteiras, nem distâncias.
Assim continuarei a acreditar que não há obstáculos quando se Ama.

Pensei que já não tinha direito a Viver mais!
Achei que tinha terminado as chances de Ser Feliz!
Pensei que o mundo tinha atingido o seu Limite comigo!
Achei que tinha que ter uma oportunidade, não me via tão merecedora assim!
Pensei em Ti, o Complemento, o Sentido mas não sabia que Existias!
Achei bem, porque estás agora completamente entregue apenas ao que Sou!

Assim continuarei em frente, completa mas agora ao Teu Lado.
Assim venço os meus receios e entrego te a minha profunda Essência.
Assim percebi que mereço mais, integralmente Melhor.
Assim vejo que tudo o que tive até agora era metade.
Assim deixo me dançar nos teus braços para a cumplicidade ser Maior.
Assim deixo este Amor crescer sem Fim.

E entendo agora as loucuras que se conseguem fazer por Amar, simplesmente Amar com tudo o que somos e não somos, com tudo o que é relevante, com tudo o que tem importância e não têm, com tudo o que é ultrapassado por me Amares Assim… Infinitamente!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Deixo-me em Ti e Agradeço.

Sem respostas, sem vénias, sem medos, sem dor, questionei, e deixei me vestir pela única verdade que arremata as opções de se ser e não ser, foi tão vazio, onde a voz já não me faz ansiar nada, onde as palavras são ocas e inúteis, onde nada se avista justo, pelo contrário, já nem me virei de frente, mantive me de costas, fechei as portas e caminhei para outros abraços, para o aconchego do rolar rápido das rodas seguras sobre uma estrada branca que subia e descia, que se retia e desprendia em flashes de luz forte, entre indicações divinas que nos levou ao mar aberto e à música batente no peito, às palavras atentas, aos mundos diferentes e tão iguais.

Espinhosa a memória mas já não é importante, já não me trava o mundo, as verdades ou as incertezas, que passaram a ser certezas, fontes abertas daquilo que não quero mais para mim, já não te quero, já não ouço na tua voz os sons que me cativavam e sim, fui sempre feliz, e sim, fui sempre mais e serei sempre melhor, sim, mereço um exclusivo de corpo e alma, notado pela diferença de ser e agir, que não saiba o que é o medo de amar, o medo de desejar incondicionalmente, o medo de me admirar sem tréguas, o querer desenfreadamente, sem que a mentira passe pela boca, onde dar os 1000000% seja sempre o valor mínimo, onde somos só um!

Deixo assim e aqui o meu profundo agradecimento ao empenho, a tua mão na minha, a tua corda à volta da minha cintura, o banho que me deste às entranhas que a mentira sujou, a dança que me concedeste, o carinho que me despertou e me afaga cuidadosamente, os beijos quentes e frios que me enaltecem o Corpo, o Espírito, a Pele, a Alma, tranquilizam me como uma doce anestesia de flores em campo verdejante onde me confundo com o Céu, onde me deito nas nuvens, e viajo no vento a caminho de tudo o que me queres dar sem pedir nada em troca, sem me impores regras, consciente de que a minha Adoração por ti existe e nada a pode distrair do meu caminho até ti.

Fazes a felicidade parecer mínima ao lado da imensidão que me dás, fazes me sentir que não mereço tanto, tanto mas tanto do que me dás e me queres dar, assim sinto me a navegar num mar de mel límpido, de algodão doce e chocolate quente, nos braços de quem nunca imaginei ser transcendentemente, inimaginável completa, venerada pelos mais sólidos momentos e princípios, guardada como um pedra preciosa dentro de um cofre transparente, translúcido que me deixa sair e entrar quando eu bem entender, sabendo sempre que posso pousar nos teus troncos fortes, expectantes por mim, desejosos dos meus pés quando decido descansar as asas…

Assim como os teus troncos ligados ao corpo forte, enraizado na verdade da terra do teu amor por mim, e que estarão sempre para mim, dentro de um abraço delicioso, estarei eu também inteira, todos os dias para me deitar nos teus braços, me embalar na tua Essência, e dormir protegida dentro de uma Beleza inconfundível, dentro de algo tão genuíno que pensava só existir em mim.