quarta-feira, 26 de maio de 2010

Voltarás… Porque nunca Foste!

Para comemorar a pequena mudança no que se refere a como aceder ao meu Blog, pretendo escrever um texto simples / complicado / leve / pesado / educado / grotesco / limpo / obsceno / irónico / sério / tranquilo / inquietante / honesto / frágil / forte / esquecido / lembrado…


A audácia que me perturba, o respeito que me afoga, a verdade que me faz, o medo que não existe, permanece inquieto como um vento entre as ervas secas por um sol forte, que tudo o que faz criar são gotas de suor que colam os corpos nos corpos, que vertem por entre as estrias das dobras suaves do meu olhar encantado, debaixo da areia molhada que se enrola no meu corpo ardente da água fresca da praia seca.

Nas ondas do meu mar, daquele que trago agarrado à cabeça, caído sobre os ombros direitos, sobre as costas simples, sobre os olhares que não conheço nem vejo, abro a beleza a todos, o reflexo da luz faz se sobre os olhos daqueles que atrás se encontram, e caminho passos que já foram meus, e pisam asfaltos já calcados pelas massas negras e macias, pelas vontades de chegar onde já chegaram.

Racho os corpos em mil pedaços doces e semeio em terra fértil, nos dentes fortes e certos de alguém que me sorri verdadeiramente, será a semente ideal, será o retorno perfeito, o inchar das frentes afagadas pelas mãos e ouvidos que também semeou, que também cuidou, a atenção preciosa sobre a bola adjacente e quente, sobre o Ser que se mexe entre o desejo de nadar fora das águas que o alimentam.

As portas ficam entreabertas para te receber, para te ouvir, para te deixar chegar mais próximo, para venceres o medo, para esqueceres que existimos no mal e lembrares que sempre existimos no Bem, e dentro do de cada um de nós refresca se a alma dos botões em fila, dos vãos vazios e dos vasos furados pelo veneno constante que queimou mas não matou, que não partiu, que não separou.

E o risco grotesco que fala junto com os meus olhos límpidos, o receio educado que trava as palavras obscenas, o vinho leve e frágil que deve ser bebido em tom irónico, em arrepio forte de sensações esquecidas, de ritmos de explosão sequenciais, perdidos nos ecos do meu corpo, na firmeza da minha pele, no meu rosto honesto, nas minhas mãos apertadas nas tuas, no branco volumoso fechado no peito.

E revirando manga do meu trilho, a caixa preta e transparente que me protege, vejo ainda o teu brilho por entre as árvores, os teus pés a seguir tudo o que sou, a todo o instante em que o teu coração vive, a cada segundo que bombeia para dentro a saudade que mina os teus ossos, que invade as tuas veias, que percorre os teus poros e conquista tudo o que mora no teu Coração!

Vamos fazer o que ainda não foi feito…

Existem momentos na nossa vida tão fáceis de analisar, situações pouco claras que só com o facto de serem pouco claras nos dão a resposta correcta, correctíssima!

Não precisamos de procurar respostas transcendentes a níveis absurdos do desconhecido, fora do entendimento científico ou matemático, precisamos apenas de nos lembrarmos de tudo o que foi, o que é, e o que nunca será!

Mas por mais que caminhes, por mais voltas que dês, o teu pensamento isola as outras vontades e aloja se no meu coração permanentemente, cansado mas desejoso, vinga dentro de ti mesmo, algo que nunca poderás justificar…

A lama que trazes, a chuva lava, e depois lavas-me a mim, com todo o carinho, fechas-me os cortes e lambes-me as feridas fundas de traço elegante e viril e deitas-me sobre ti como se fossemos um só!

E somos um só, a plenitude só atinges comigo, o desejo só é válido comigo, e o que atingimos juntos não consegues fazê-lo com mais ninguém.

E num beijo longo e festivo, de abraço de madeira macia e quente, despertas para um todo que não é meu e nunca foi mas é teu, só teu, e só tu continuas a construir dentro de nós as certezas das escolhas da fraqueza que te penalizou.

E assim, revejo me feliz ao lado de quem não vejo mas que é meu, assim deixo que me façam tudo para me tornarem feliz, assim vivo feliz e segura de cada passo que não me leva a ti, mas sinto todos aqueles, que tu toda a vida darás no meu alcance.

Quem Ama em Plenitude e Verdade

O Amor é cego? E anda de mão dada com a Loucura? Será?

Acredito que não é assim propriamente, acredito que é uma força que não nos deixa parar, que não nos deixa ficar inertes, que não nos deixa ficar presos a situações ou a pessoas que são importantes mas não tanto como aquela pessoa que é tudo.

Indiferente a crenças, religiões, dogmas, limitações físicas, indiferente a tudo o que é insignificante porque apenas é válido o facto de estar com a pessoa que se ama em pleno, em tranquilidade, em plenitude, em absoluto, em verdade, em sentimento gigante de si.

A pessoa que nos coloca numa situação de ansiedade e nervosismo, só de pensarmos que vamos estar por perto, que vamos passar ao lado, que nos vamos olhar, tocar, mesmo que seja ao de leve, mesmo que seja por segundos.

Onde vale tudo, fazer quilómetros sem fim, doente, voar durante horas afim, deixar flores à porta de entrada, pintar o nome nas paredes de passagem, escrever no alcatrão o nome de quem se ama durante quilómetros feitos entre curva e contra-curva entre a sombra serena das árvores altas e elegantes.

Sentir a cor da alma na pele mesmo quando não se está perto, sentir o cheiro doce do corpo quando me aconchego nas lembranças frescas e vivas do dia de ontem, recordar todos os dias os mais pormenores do Ser que amamos profundamente, sentir que a sintonia é exactamente a mesma.

Sentir que a tranquilidade é o próximo passo depois do encantamento, saber que a plenitude é atingível e saber que temos nas mãos o que todos procuramos durante a Vida inteira, conscientes da bênção, da recompensa que a tenacidade que não chegou à ruptura e a dignidade nos trouxe.

E leve, me encontro, todos os dias contigo a todo o momento que percebo que existo no teu peito de abrigo e me misturo na suavidade do vermelho que nos abraça e nos carrega pela noite calma reflectida dos teus olhos, iluminada pelo verde dos meus!

Reconhecer…

Quantos de nós, já não passamos pela certeza de que estamos rodeados por pessoas menos positivas ou menos boas?

Pessoas que tiveram a nossa ajuda, de várias formas, monetária, física, pessoas em que ajudamos a construir algo para o seu proveito, para o seu prazer, ajudamos a ultrapassar problemas, diferenças e quando precisamos delas, simplesmente estão noutro lugar e nem olham para nós com metade da atenção que lhes foi DADA!

Pessoas que só se preocupam com o seu umbigo e acham que o tempo não as vai marcar com a certeza de que erraram para com alguém que as ajudou.

Caricato é o facto da Vida mais cedo ou mais tarde vai cruzar os batimentos cardíacos e a culpa vai surgir do lado de quem a têm.

A falta de credibilidade, a falta de viabilidade, a falta de valor que essas pessoas carregam, passa a ser elemento comum de definição para muitas outras pessoas e assim, o brilho de alguém que tinha tudo para ser mais, desaparece.

E sem o brilho que as distinguia, vêem-se envolvidas com GENTE que não é nada, que se manifesta de forma deplorável e que as pessoas com brilho e unicidade, querem distância!

E acabam sozinhas, perdidas, vazias, em vácuo perpétuo que as asfixia e tortura todos os dias, porque sabem ter tudo para sair menos a força e a dignidade para verem que estão no caminho errado.

E tudo o que poderia ser o caminho certo, afasta-se a passo largo e robusto, afinal a ajuda já foi dada uma vez agora cabe ao outro lado fazer justiça caso contrário a ajuda acaba por desaparecer por todo o lado, que este se virar.

Reconhecer que se errou é um valor único e esplêndido, de muito poucos!