quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Letais e profundos…

Vamos ser lambidos por uma vaga de frio, por um crespar de empenho, por um silêncio aterrador, por um descontrole perfeito e amarrado às tranças de um mar em aberto, em revolta, em consciência de um paladar livre de sal.

São energias, são vontades, caminhos parecidos, paralelos em surpreendente conforto, em pleno carinho de um sol, de um vento, de um frio maior e emprestado ao ondular de palavras certas pouco tapadas a quem as sabe ouvir.

Cruzam se, vendem se, vestem se e fogem por entre brumas e montes, por entre sabores e olhares, por entre frestas de sol queimado ao lado do calor que se encontra perdido, desesperado, imaginado numa realidade presente.

São para lavar o coração, desligar o fio dos sentimentos e potenciar os sensores de uma vida a palpitar nas pontas dos lábios, nas pontas dos dedos, no polvilhar de céu e da terra de pequenos curtos circuitos imensos de tudo.

Selvagem, como um Deus, discreto como se não existisse, plenitude de emoções embrulhadas em algodão agri-doce, repleto de sentidos atentos, manifestados em pequenas doses letais de desejo profundo.