quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um dos MomentoS…

A cada banho que me preparas, a cada toque em que me secas e depois me hidratas a verdade que trazes contigo, a cada desenrolar do meu cabelo, a cada carícia perfumada com notas de almíscar e âmbar, dourado, vergados nas águas suaves, profundas que fazem deslizar os nossos corpos por entre a espuma delicada que nos amacia a pele, recosto a minha mente vazia para receber as memórias do momento e tranquila fecho os olhos para me deixar levar pela calmaria em que me deixas…

Projectamos palavras recheadas, conscientes do Presente que nos obriga a planear Futuro, deleitados numa cama que nos cobre de branco, frias as películas que nos dão um fino prazer aos sensores da existência em comum num ninho exaltado em que as vontades se fazem sentir e o mel em pó que polvilha os sentidos preenchidos pelas flores amarelas que presenteiam os toques, os arrepios e os beijos nervosos de um inspirar e expirar coeso, de uma charneira precisa que nos faz explorar, explorar, explorar…

Entre os pesos que pesam e desesperam por crescer, envolvem se as gotas livres de suor onde o odor é fresco e doce, que apenas a água pura consegue limpar, ripostando o lugar onde novos aromas vão entrando, escorrendo por cima dos poros abertos, regado pela tua epiderme que se realça na luz branca dos rasgos livres que as fachadas carregam nas frentes de um sítio que existe por ser nosso, pelos passos curtos e vigorosos que definem trilhos pequenos mas intensos, para a mistura ser refinada.

Vale o embaraço do abraço que me dás em qualquer lado, e vale as palavras em ebulição que me promovem o bater de peito aberto em que repousa todas as noites, o músculo que me deixa sentir te, onde não há normas, onde me abasteço de vida, onde me sossego e inquieto cada vez que preciso de voar, cada vez que preciso de me olhar, ver me cá dentro como se tivesse de fora, e render me a tudo o que trago comigo e a tudo o que anseio entregar te, por as tuas fundações são sólidas, sólidas como eu nunca vi…

E reflectimos sobre um verde elegante, que nos faz sentir o ar fresco do deslocar suave, da frescura das árvores que nos rodeiam, contemplando o azul quieto que se faz à nossa espera, e nós esperamos que o intervalo seja mais curto que um segundo para que o emulsionar comece e as presenças nunca sejam sentidas em falta… Toda a Vida!