sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Em rota contrária…

São os sons de uma Índia profunda, trazia aos ocidentais da memória actual, retalhada pelos movimentos imitados das mãos e braços de alguém que já viveu quase tudo mas ainda exalta por viver mais e mais, é a vontade de libertação de um corpo em plena liberdade, são risos limpos, risos leves, risos que carregam juventude, que descarregam a realidade em pequenas doses de pouca amargura mistura com a alegria de viver sem tormentos.

Mas hoje decidi esquecer tudo, deixar tudo o que nunca tive, para trás, decidi ir beber outras águas e escravizar as hipóteses de quem quer fazer tudo por mim, deixar para trás quem nada faz, quem nada emana, vou pedalar para junto de quem me quer, banhar me na cor azul transparente que está disponível e depois rir ao vosso lado, doces, plenos, inigualáveis, retratados numa momento de pura natureza, de pura inocência, de puro prazer da mais pura essência.

São pares de olhos doces, cabelos apanhados, pernas com força, vitalidade de uma infância a começar, de um Ser como ser para uma vivência longa, onde tudo será feito com consciência, intensidade, dimensão da imensidão que pode ser uma vida, não será, nunca será em vão, pois tudo tem um significado, tudo tem um instante de intimidade, de refúgio, de recorte da silhueta que me assiste, que me leva os pés pela calçada quente do sol intenso.

E é na vinha que se faz um vinho aberto, de aromas frescos e repletos de uma verdade única, é na pele que tudo cresce, que tudo se entranha e vence a razão, passa para a outra dimensão e fecha se assim um ciclo, abrindo outros mais que perduraram para sempre num Cosmo absoluto, no traçar de novas conquistas, nas loucuras não existentes e que deixam de ter razão para acontecerem, o vinho da vida que nos traz momentos nunca vividos, é perfeitamente inacabado!