sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sem caminho, para além do caminho…

Um dia de sol entre fumos e sabores acentuados, licores de terra, frutos de vida e pecado, olhares trocados, nem perdidos, nem achados, tão pouco perdidos, rendidos ao que nos faz bem, e transcende de uma melodia forte e detalhada, de um gosto a perfume marinado pelo aroma de laranjas amargas e ansiosas de um doce garantido, pormenorizado pelos pontos abertos do respirar.

Cuidado, as curvas são direitas para alguns elementos que dependem de apenas um olhar atento, uma perseguição sem sentido, de um cinza tenso, observado pela vaidade do que nenhum precisa ou quer, por um fio, por palavras vazias, por intenções nunca consumadas, de trocadilhos vulgares e frases atrapalhadas, de medos despertos, de telhados emadeirados, de falta de ar.

Um balanço subgéneros, vejo por um espelho pequeno a tranquilidade de um conduzir descontraído, alcance inteiro, de sons sem importância, linhas rectas sem existências, sem percalços, sem ancoragens, sem previsões, e de repente, a proposta chega, o desejo é evidente, e o corpo perde a vontade de estar presente, para que bem ausente te possa consumir a um nível maior.