segunda-feira, 5 de julho de 2010

Largar e Segurar…

Abraça me com o teu espírito aberto, corta me a rédeas do correcto, emulsiona me no mais preciso momento de devoração, adormece me com um carinho recortado pelo mais que me queres, pelo desejo de me fazeres florir, retida na água da tua pele, na saliva que te seca no corpo envolvido em perturbação.

Rodeia me, ansioso, empolgado pelas vontades esquecidas da vida que se cruza à frente dos olhos fechados, atentos, pensamento desperto, a desenrugar com a tremura do que se sente, do medo de não conseguir quebrar as regras, imposto por quem desconhece a altivez do que fica registado na mais fina e delicada camada da epiderme da memória.

Vejo o desespero que tens em te digitalizares em mim, envolvente secreta, sem códigos como uma armadilha desarmada que a rebentação se faz apenas e só por me olhares, distante e tão perto, retido e extravasado, indiferente ao meu lado, incontrolável nas palavras que os dedos não seguram na mente.

1 comentário:

  1. " Amor é fogo que arde e não se sente"

    Um dia ainda vou gostar de a ler!

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