sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ouvi tudo o que enviaste…

Rasga, fere, dobra te, enrola te, despeja te, abandona te, cheira te, retraça te, e rompe te em milhões de escudos, em centenas de luzes infinitas, secas.

A alegria traz me leveza, já não me puxa para o fundo das mantas pesadas, o cansaço que presenteava todos os dias, a força da tentação de ficar por lá.

Já sei o que fazer, como andar e por onde andar, ando com o vento e caminho pela água, é mais doce, é mais macio, é mais incerto mas é mais criativo.

São as penas que dão o traço fino, que dão o poder de criar, doces amargos, que carrego no dorso, fuga para combater o que me apunhalou.

E quem me fez viver de novo, a quem devo tal sopro de vida, a quem conseguirei agradecer o que sempre fui, a ninguém e a todos.

São as trocas que me fazem assim, são os momentos em solidão, são o não querer ninguém apenas estar presente, só com o barulho infinito do silêncio.

E dentro das letras que baralho e sopro e palavras sem sentido, sem guarda ou cancela, sem querer nada, sem saber que histórias são estas, inventadas.

Entre tempos dos tempos que se vão cruzando para não se chegar a lado nenhum mas que quase todos pensam que algum lado é algum lugar.