terça-feira, 7 de setembro de 2010

O silêncio faz nos…

Na penumbra dos meus mais nobres pensamentos, no delinear das minhas recordações, no limiar dos meus sonhos, encontro te!

É um voltar precioso, um caminhar tranquilo, uma fome insaciável, um despertar presenteado com a maturidade de uma idade única, de um querer proteger o que de melhor serei para ti.

E sem saber como me queres, sei apenas que me queres, sem questionar, sem falsas verdades, queres me e dizem os teus lábios… para uma vida… ai esta vida nossa… Quero e pronto!

Fazes me esquecer as minhas mágoas, os meus desvios por tentar acreditar em algo que já morreu há tanto tempo, fazes me ver que tudo não passou de uma fraca ilusão.

Abraças me como se eu fosse uma criança de sete anos, expectante de alguém que ama sem saber bem porquê… E eu sinto me em casa, em plena protecção, em ti!

Cheiras me o cabelo, encostas o teu joelho à minha coxa como se o mundo não existisse quando esse toque acontece, e lembramo nos de enlouquecer um pouco…

E as letras constroem palavras e estas por sua vez, erguem montanhas de beijos, de pele na pele, de roupa não existente, de exaustão, de desejo continuado, de pecado que não há!

Antes de tudo o que vêm, abraça me, afaga me os cabelos que tem o aroma que te faz tão bem e diz me que somos o que o silêncio nos dita…

Cura me!

É dia de mais uma loucura premente nos braços de quem não nos cobra nada, nos braços sempre aberto e do peito desperto, do anseio saudável, do toque limpo da verdade assente, do desejo crispado pela calmaria da pele.

É dia de seguir em frente e desejar me noutros novos mundos que inflamam o meu momento e me olham como se mais ninguém existisse no Horizonte das boas loucuras, da plenitude do odor dos corpos.

Vejo me ardente, pregada no teu querer, presa ao teu empolgamento, ao deslizar das mãos nas mãos de uma essência única de não sentir o mal que um dia foi feito, é a cura, é a libertação, é agora!

Lembrar e esquecer um desvio…

Desvio por entre as falsas palavras que me fizeram acreditar que o respeito pelo que foi vivido, seria maior, que existia.

Desvio por entre falsos olhares, que apenas trazem o vazio das traições, da maldade, da crueldade, da falta de amor-próprio, pela falta de coragem.

Desviei me em vão de ti, e peço perdão por ter olhado apenas para o meu umbigo quando o que tu fazes é olhar por mim.

Desviei me, mas nunca mais o farei de novo, não voltarei as minhas costas a quem tem o peito aberto para me receber a toda a hora.

Desvio, sim, a maldade e a falta de respeito pelo que respeito e dignifico como Ser Humano, como Mulher, como momento único.

Desviarei sempre a vulgaridade, a falta de credibilidade e carácter, a pretensão à traição e deslealdade, à mentira e covardia.

Desvio grande já fiz, no instante que decidi cortar qualquer fio de memória, de vida com quem não me dignifica, não me respeita, não me admira nem ama.

E no meio de tudo o que se possa compreender e não, apenas posso concluir que existem rostos que não são para olhar mais mas sim para esquecer!