quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Sem Nós… [I]

Limites, não existem, não secam nas veias como vontade de fazer sem mortificar um acção, consciência, perdida, enaltecida pelo maior desejo de rasgar, lamber, comer terra, provar a seiva das árvores tenras e andantes, do mistério que a noite representa e sacode como a água no pêlo, de um alguém livre.

Quero relva, quero pele, quero romper mentes sujas que se esquecem de viver, quero segredos dos mais profundos, sonhos a queimar, pensamentos a ferver, quero existir e desaparecer, quero ser, ser e sentir ainda mais, mais do que tenho direito, se é que existem direitos de não se viver.

Nem, frio, nem vento, nem pouca loucura da sede, da fome, do desespero de ter para onde ir e não querer ficar em colagem líquida, perfumada de amarelo, e púrpura recente, de incenso veloz e fumo fino, de alquimias caras, de sossego em quadrados de cores quentes.

Lama fria, seca, lambe me, aquece me com a saliva da dor, do anseio, da angústia doce e desejada, do descer simpático do prazer imenso, da carícia amarga de suor, do querer, querer, querer, e arrancar o grito meloso das horas perdidas do mundo, onde a existência se resume ao Espírito, à Essência!