segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Lembro me de alguém dizer com tamanha convicção: Nós merecemos isto, nós merecemos isto, não tenhas dúvida!

Gosto de pessoas com convicções, gosto de pessoas que se conseguem abandonar e receber o que a vida lhes oferece, gosto de pessoas que se preocupam com as outras e que em momento algum irão magoar alguém, gosto de ti, que me trazes em ti!

E ficaste à procura do melhor lugar de nós, do melhor caminho para nós, e o alimento básico bastou nos, uma mistura singela, de nudez, frutas, mel e uma espécie rara de Amar, uma forma tão própria de estar, talvez por ser um Acabar!

Foi um colar tranquilo, um desespero amparado pelo tempo que tínhamos até ao amanhecer, um rebolar de calor, um ardor de pele, um cuidar pelo olhar, um saborear devagar, um lavar desajeitado de corpos.

A espuma que estala elegantemente nos ombros, no pressionar dos pesos inexistentes que a água segura em desejo de entrar, num inflamar, numa desfiguração humana, um esticar de músculos, um desprendimento da carne.

Um vinho frio, um vinho quente, um laminar, 2 umbigos no limiar, mãos ao ar, antebraço perfeito, pés em toque perfeito, encaixe de uma vez, precisão pelo tempo todo, impressionante o beber que te deu o coração em fusão na minha pouca precisão.

A janela da perdição, o fumo da loucura, a música da perfeição, a disponibilidade para nos ouvirmos, a nudez plena, o desejo existe, o desespero talvez não, e até na tentativa infantil de me lavares os longos fios de cabelo, te vês perdido em mim.

O vidro partido, a roupa a voar, o desarrumar, o beijar emulsionado, o rir, o arrastar, o piquenique de vontades que não nos levou não para mais longe do que algum chão trazido já nas mãos.

A fome, a Sede, o despertar ao teu lado, as palavras travaram a fundo, e desde que conhecemos aquele mundo próprio, deixamo-nos invadir por este Silêncio do Bem!