quinta-feira, 17 de junho de 2010

Nunca vou caindo… Caio

Não me vou desvendar porque nem eu sei como fazê-lo, aos meus olhos, nem imagino como fazer, aos olhos dos outros tão pouco, compreender por não compreender o que não tem entendimento dentro da argola que simplesmente não me define, não me baliza, tão pouco me questiona, não me dá tréguas, o mais singelo pensamento que tenho até acerca de uma formiga que na passadiço me come os pés com tamanha fúria por a ter privado do seu espaço e me agride novamente empoleirada no que me obriga a novo passo.

Flutuo por entre as emoções de tudo e de todos e tento perceber o que nunca senti para conseguir fazer uma avaliação justa do que me rodeia, para não ser fútil, para não passar ao lado de tantas emoções relevantes, altivas, decompostas por milhões de gestos, olhares e toques de água que me lavam a memória cada vez que olho para uma nova vida, um novo mundo, um novo crescimento de ideias e criação imediata da reinvenção das formas específicas de viver mais, melhor, em pleno.

Não tenho recaídas, simplesmente caio redondamente ou levanto me majestosamente como um bater de asas que me devolve a liberdade dos céus, dos mundos, dos mares e das marés, das vezes da lua, do poder do sol, da harmonia de andar por entre o que me apetecer e exaustivamente, usar as palavras que me deitam sobre as suas maneiras e me levam sobre a brisa estreita dos canais abertos que se encontram por qualquer sitio em que eu deseje entrar, em que eu deseje ficar.

Nunca recaio, apenas caio, e depois de reconhecer e respirar o solo, a terra macia que me rebate, empurra e aleija, levanto me, levanto me sempre, abro as asas e bato com todo o fio de força que fica sempre em mim, para de seguida conseguir voar, cruzar os azuis, brancos e amarelos para me encher de Vida, para me repristinar, para viver ainda mais, para crescer sem limite, para questionar em todas as direcções, para respirar, para sentir, para perceber que existem cada vez mais mundos a explorar...

E por isso eu nunca recaio apenas caio, levanto me e depois não uso mais as pernas, só as asas e voo sobre o melhor do Mundo!

3 comentários:

  1. Gosto da força do teu ser expressa nestas sublimes palavras.
    Os sentimentos vivem em ti lado a lado como numa competição de emoções.
    A (in)certeza reflectida nas tuas agitações, revelam que não há melhor essência do que o amor que nos encoraja a alma e acalma a dor.

    Lembra-TTe …
    Não podemos voltar e fazer de novo, mas sempre podemos dar um novo começo!

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  2. E devemos tentar sempre fazer melhor a cada começo!

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  3. Depois de ler os teus lindos e profundos desabafos de alma e já em final do dia e já nas minhas Aporias da reflexão, relembro as frases de Kierkegaard (foi um teólogo e filósofo dinamarquês do século XIX), que um dia escreveu “O pensador sem paradoxo é, como o amante sem paixão, uma bela mediocridade”, parece-me que tu com essa força foste e serás sempre a personagem mais feliz, amas com AUTENTICIDADE, por isso nunca vais caindo… Cais, o outro…que mente sobre o que sente, viverá uma vida de contradição…
    Maria Sá

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